Casa nova

Hoje instalamos aquela que será a nossa casa nos próximos meses. Agradecemos a Ilka e o Douglas da Camping’s World pela atenção e ajuda na escolha e instalação da barraca.

Ter uma barraca no teto é uma ótima solução para viagens, especialmente uma tão longa quanto a nossa. Com ela teremos maior liberdade para escolher onde ficar (campings e outros lugares menos óbvios) e poderemos até mesmo economizar o dinheiro do hotel, o que certamente será muito importante durante a viagem.

Dois pontos super positivos desse tipo de barraca são o espaço interno do carro, que não tem que ser adaptado para acomodar uma cama ou a tralha de camping, e a facilidade de montar/desmontar a barraca (menos de 5 minutos para a configuração básica). Além disso, a barraca é super versátil, com várias configurações diferentes, desde um simples encosta, arma e dorme até uma estrutura completa para camping com direito a vestiário.

O único porém é a falta de opções no Brasil. Não que a barraca da Camping’s World não seja boa, muito pelo contrário, a barraca é muito bem feita, mas em outros países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e países Europeus, existem modelos e marcas para todos os gostos e bolsos, enquanto aqui no Brasil, além da Camping’s World, acreditamos que só exista a Sumatra.

Infelizmente o Brasil não tem essa cultura de camping o que resulta em uma enorme dificuldade para encontrar as coisas, além do preço exorbitante, mas esse é um assunto para outro post.

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Planejando uma rota

Escolher um destino e traçar a rota até ele, apesar de ser muito divertido, não é tarefa simples. Primeiro temos que aceitar que não será possível conhecer tudo que gostaríamos e algumas coisas muito legais ficarão para uma próxima oportunidade.

Depois temos que levar em conta a situação econômica, política e social de cada país visitado; verificar as condições climáticas (particularmente importante para nós que visitaremos lugares conhecidos por suas condições climáticas extremas); confirmar a necessidade de seguros, documentos e vacinas específicas para cada país; checar se é possível/seguro atravessar as fronteiras (alguns países do mundo estão com suas fronteiras fechadas há anos); enfim, tentar conseguir a maior quantidade de informações possíveis para não ser surpreendido durante a viagem.

Nossa rota começou a ser traçada do seu destino – O Alaska – essa região remota, comprada do russos pelos americanos é um lugar que sempre despertou a nossa curiosidade, tanto que pensamos em fazer um cruzeiro de Vancouver para o Alaska em nossa lua de mel, que só não deu certo por conta da época que casamos (outubro).

Definido o destino, começamos a rechear o nosso itinerário. Decidimos passar pelo Pantanal, já que a Liene não conhece, e de lá iniciar a descida até o Ushuaia para então iniciar a jornada rumo ao Alaska pela costa do Pacífico. Do Alaska seguiremos pelo norte dos EUA/Canadá até a província de Nova Scotia no Canadá, finalizando a viagem alguns milhares de quilómetros ao sul na sempre ensolarada Miami.

Despindo a Defender

A primeira coisa que fizemos ao pegar o carro foi uma revisão completa. Nessa revisão trocamos a bomba d’água, correias, revisamos o sistema de freio e arrumamos mais algumas coisas, mas por fora ela continuava com a mesma cara de quando chegou.

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Passada essa primeira fase, veio a parte que causou maior impacto, tirar os diversos acessórios instalados, incluindo o desmonte do interior da Defender com a retirada dos bancos, caixas de ferramentas etc. Essa foi uma parte dolorida do processo, já que o carro tinha um certo estilo, mas precisamos de um carro que seja funcional e versátil. Assim, chegamos ao resultado visto nessa foto.

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O próximo passo foi a troca dos pneus por outros da BF Goodrich novinhos em folha.

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A cara já é outra, mas estava faltando algo. Então o nosso Defender voltou para a oficina para instalação de um quebramato, farol de milha e guincho novo e é assim que ele está hoje.

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A preparação

A preparação é certamente uma das partes mais difíceis e essenciais da viagem. Ouvindo o relato de pessoas que já foram ou estão no meio de viagens como a que pretendemos fazer, notamos que ainda que você tenha uma tendência a deixar a vida te levar, um mínimo de preparação é necessário.

Muitas pessoas se sentem à vontade para iniciar a jornada com um mínimo de preparação e ir dando conta das surpresas e problemas no meio do caminho. Não é o nosso caso. Apesar de sabermos que não dá para sair com tudo 100% planejado e coberto, uma preparação bem feita nos poupará muita dor de cabeça e principalmente muitos problemas no meio do caminho.

Aqui falaremos sobre dinheiro, vacinas, vistos etc. Para o carro, temos um post dedicado a sua preparação, já que esse é de longe o item que mais consumiu recursos nessa fase da viagem.

Esperamos que as nossas experiências ajudem vocês que estão se planejando para uma aventura parecida ou mesmo nos ajude com a sempre bem vinda contribuição de vocês.

O Defender

Essa foi uma escolha relativamente fácil. Inicialmente pensamos que para uma viagem como essa, seria melhor adquirir um veículo mais novo como um Toyota SW4 ou um Mitsubishi Pajero, mas pesquisando melhor, ficamos preocupados com a manutenção mais complexa desses carros e, principalmente, com o possível desejo que carros como esses despertam em pessoas que gostam de subtrair coisas alheias. Assim, concordamos que o melhor seria buscar um carro que pudesse literalmente nos levar à qualquer lugar sem grandes surpresas e que tivesse esse espírito de aventura.

Obviamente só existe um veículo que preenche todos os requisitos necessários para uma expedição como essa, o Land Rover Defender, que além de uma história incrível e da reputação de ser um dos carros mais robustos e duráveis do mundo, ainda carrega em cada rebite o verdadeiro espírito de aventura.

Entretanto, nem tudo é tão simples assim. Apesar da sua produção ter sido encerrada oficialmente em 2011, o veículo tem diversos modelos (90 / 110 / 130) e diversos motores (200 TDi / 300 TDi / TD5 / Puma), então voltamos novamente as nossas pesquisas e encontramos muitas referências e opiniões divergentes a respeito dos diversos tipos de motores. Optamos por uma 300TDi, que na opinião da grande maioria, é um dos mais robustos com uma mecânica simples e facilidade de encontrar peças de reposição.

Durante nossa pesquisa, encontramos várias referências ao quadro abaixo, que é uma pesquisa realizada no Reino Unido para descobrir qual modelo a pessoa compraria.

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Após uma relativamente breve busca, encontramos o carro perfeito, um Land Rover Defender 110 2005/2005 com pouco mais de 100 mil quilómetros rodados e um histórico de manutenção (o tão falado pedigree) muito bom. Difícil mesmo foi convencer os antigos proprietários e nossos novos amigos Luciano e Maria Fernanda a nos vender o carro, mas com jeitinho e alguns emails, finalmente conseguimos e levamos para a nossa garagem o nosso novo companheiro.

Ele chegou assim…com cara de mau e muita disposição, mas aos poucos foi mudando e vocês podem acompanhar todas as mudanças nos posts sobre a preparação.

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Por que fazer essa viagem?

Há pouco mais de 1 ano, em abril de 2013, nós tomamos uma decisão muito difícil, interromper nossas carreiras, deixar de lado nossos compromissos, abrir mão de tudo que conquistamos até hoje, nos afastar da família e partir para um ano sabático. Assim, passamos a nos preparar para esse período que teria início no segundo semestre de 2014.

A primeira ideia que veio a cabeça foi voltar a estudar, fazer um mestrado no exterior ou buscar uma especialização, mas no fundo não estávamos convencidos de que era isso que queríamos. Após alguns meses conversando sobre as nossas opções, chegamos a proposta de rodar as 3 Américas de carro e foi assim que surgiu o Zanzando.

Mas por que fazer essa viagem? Essa é uma pergunta que, apesar de parecer simples, não é tão fácil de ser respondida.

Para nós, o principal objetivo do Zanzando é buscar uma resposta sobre o rumo que queremos dar as nossas vidas, e as nossas carreiras profissionais, mas também esperamos que essa experiência sirva para nos dar outras perspectivas sobre a família, dinheiro etc. No fundo, o que realmente buscamos é o auto conhecimento e o fortalecimento da nossa relação como casal.

Esperamos que vocês acompanhem e se divirtam com as nossas aventuras.

Abraço para quem é de abraço e beijo para quem é de beijo,

Dan e Liene

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