Bienvenido a Panama
No dia 04/02/15 inauguramos um novo capítulo de nossa viagem, a América Central. Infelizmente nossa primeira impressão não foi muito boa, já que ficamos mais de 7 horas no porto de Colon aguardando a liberação dos carros, isso sem mencionar toda a grosseria e falta de preparo dos agentes portuários.
11 carros (1 Panamá; 3 Brasil; 2 Suíça; 2 França; 1 Alemanha; 1 Argentina; 1 Chile – dirigido por Australianos) e 2 motos (1 México; 1 Austria – pilotada por um romeno surdo-mudo – legal!) aguardando a liberação das autoridades panamenhas.
Após muita confusão deixamos o porto de Colon perto das 20h para entrar oficialmente no nono país, o Panamá. Nossa porta de entrada foi a feia e perigosa cidade de Colon, então tratamos de fechar os vidros e seguir direto para o hotel que fica situado em um bairro mais seguro.
O nosso hotel em Colon (hoje um confortável e tranquilo Meliá) também merece uma menção honrosa, já que ocupa o histórico prédio da Escola das Américas (School of the Americas em inglês), que era um instituto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, fundado em 1946.
No auge da guerra fria em 1961, seu objetivo oficial passou a ser a “formação de contra-insurgência anti-comunista” e muitos ditadores latino-americanos famosos por seus crimes contra a humanidade como o General Leopoldo Galtieri – Argentina e Manuel Noriega – Panamá, passaram por aqui dando à escola o apelido de escola de ditadores.
No dia 05/02/15 ficamos em Colon para conhecer a entrada do Atlântico para o Canal do Panamá. Essa incrível obra de engenharia data do início do século 20 e até a entrega definitiva ao governo panamenho em 1999 pertencia aos Estados Unidos da América, que foi responsável pela conclusão de suas obras.
O Oceano Atlântico é ligado ao Lago Gatun 26 metros acima do nível do mar por 2 conjuntos de 3 eclusas cada, chamados Gatun Locks. Cada câmara do Gatun Locks tem 33,53 metros de largura por 320 metros de comprimento, sendo bombeados ou drenados 101 mil metros cúbicos de água em aproximadamente 8 minutos em cada travessia.
De um cômodo centro de visitantes é possível acompanhar o movimento de enormes navios graneleiros, de containers ou de transporte de veículos (os 3 mais comuns) que passam quase raspando nas paredes do canal. Na realidade tudo é milimetricamente calculado e existe até uma nomenclatura específica para navios chamada Panamax, que define a classe de embarcações que são capazes de cruzar o canal do Panamá.
(imagem da internet – navio no Gatun Locks em 1914)
(navio no Gatun Locks em 2015)
Saindo do Canal do Panamá visitamos o Fort San Lorenzo, que está situado dentro do parque de mesmo nome e é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1981. Esse forte construído pela primeira vez no final do século 16 pelos espanhóis tinha como objetivo proteger o caminho real e a Cidade do Panamá dos constantes ataques de franceses e ingleses. Ele foi destruído e reconstruído algumas vezes até ser abandonado em meados do século 18.
Durante a ocupação Norte Americana, o forte San Lorenzo integrava a área do Fort Sheridan, base Norte Americana que protegeu o Canal do Panamá durante a segunda guerra mundial e depois servia como escola para o treinamento de soldados em selvas (muitos soldados das forças especiais que lutaram no Vietnam realizaram seu treinamento nessa base).
Apesar da importância histórica do local, infelizmente a impressão que tivemos é de total abandono. Apesar de pagarmos 5 USD/pessoa para entrar no parque, o forte estava totalmente abandonado, com sinais de danos provocados por um incêndio e com muito lixo acumulado por todos os lados. Uma pena!
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