Túcume e o Vale das Pirâmides
Saímos hoje (17/12/14) com destino à nossa penúltima cidade peruana, Piúra. No caminho entre Lambayeque e Piúra paramos na cidade de Túcume, que é conhecida como “El Valle de las Pirámides”, para visitar o museu de Túcume e ver algumas das mais de 26 pirâmides de adobe que fazem parte do complexo construído pelo povo Lambayeque.
A primeira parada é no museu, entretanto, em 6 de setembro de 2014 foi inaugurado um novíssimo e modernismo museu a 500 metros do antigo. Como não sabíamos e tínhamos deixado o carro no estacionamento alguns metros antes, dois policiais gentilmente ofereceram uma carona até o novo museu.
Esse museu, assim como o Museu Tumbas Reales de Sipán, é muito interessante e conta a história da cultura Lambayeque que dominou a região entre os anos 750 D.C. e 1375 D.C., sendo sucedida pelos Chimús (entre 1375 D.C. e 1470 D.C.) e finalmente pelos Incas até a chegada dos espanhóis em 1532 D.C. Também existem exibições sobre a cultura local, como por exemplo a dança “Diáblicos de Túcume” que foi declarada patrimônio cultural do Peru e é encenada na festa da Virgen Purísima (patrona de Túcume). Essa dança representa os sete pecados capitais (chamados “Los Siete Vicios”).
(fantasia dos Diáblicos de Túcume)
Voltando às pirâmides de Túcume. Os historiadores acreditam que esse local foi construído pelos Lambayeques por volta do ano 1000 D.C. e ocupado até o ano de 1532 D.C., quando foi incendiado e abandonado. A fundação desse impressionante local coincide com a queda de Batán Grande (próximo a Trujillo) que também foi incendiada e abandonada.
O interessante nessa coincidência de datas são eventos climáticos (secas e chuvas provocadas pelo El Niño) e a invasão dos espanhóis (considerados deuses montados em bestas), que para os povos pré-incas poderiam ser os Deuses insatisfeitos com seus rituais, templos e práticas. Assim, as cidades eram queimadas para que fossem purificadas e novas cidades eram construídas.
Saindo do museu existem dois sítios arqueológicos que podem ser visitados. O primeiro que passamos foi a Huaca Las Balsas, que teria sido um templo religioso/funerário que integrava o complexo de Túcume. Os trabalhos de escavação continuam, mas pudemos admirar de uma passarela os muros, rampas e figuras esculpidas nas paredes. Muito interessante!
Depois seguimos ao sítio arqueológico principal onde ficam a Huaca Larga, Huaca 1, o Templo da Pedra Sagrada e outras construções do complexo. Entretanto, é muito difícil enxergar qualquer coisa. Como as construções eram feitas de adobe (barro), com o tempo as chuvas e o vento causaram a erosão das pirâmides, que hoje parecem mais um monte de terra. De qualquer forma, pegamos uma foto da internet que mostrava a dimensão das construções.
Maquete do complexo de Tucum
(foto da internet)
Huaca 1 vista do mirante do Morro do Purgatório (Pugatory Hill)
Huaca 1 vista da esquerda para a direita
Huaca Larga ao fundo (coberta com o telhado) e demais construções.
Apesar da nossa evidente dificuldade de enxergar qualquer coisa que lembre uma pirâmide, a grandiosidade desse sítio arqueológico impressiona (ficamos um tempo no alto do mirante observando e imaginando como teria sido essa cidade); também impressiona a quantidade de outras pirâmides e construções que se pode ver no meio do vale verde de Lambayeque.