Okinawa – Reino Ryukyu

No dia 21/09/15 deixamos a ilha mais ao Norte do Japão com destino ao extremo Sul do arquipélago japonês, e após 3.5 horas de voo desembarcamos em Naha, capital da Província de Okinawa. Logo de cara sentimos a diferença pois a temperatura pulou dos 18 graus de Sapporo para 29 graus em Naha, mas as surpresas não param por aí.

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Talvez nenhuma outra região do Japão tenha uma identidade física e cultural tão marcante quanto Okinawa, e mesmo no Brasil a comunidade Uchinanchu (pessoa natural de Okinawa) é muito forte. Os costumes, artes, música, lingua (chamada Hogen) e a comida baseada na carne de porco, tofu e alga (kombu), são diferentes das outras regiões do Japão, fazendo deste um lugar único.

A história de Okinawa começa com a imigração oriunda do sudeste asiático (principalmente chineses e japoneses), mas a ilha nem sempre pertenceu ao Japão. Okinawa era um reino independente chamado Reino de Ryukyu até 1879, quando foi anexado ao Japão após o Rei Sho Tai ser deposto.

Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, Okinawa viveu um de seus períodos mais tristes com as inúmeras mortes de soldados e civis. Os números oficiais dão conta que 149.193 Uchinanchus (aproximadamente 1/4 da população de Okinawa na época) perderam a vida durante a batalha de Okinawa, além de 95.000 soldados japoneses e 12.510 soldados norte americanos.

Como resultado da Segunda Guerra Mundial, Okinawa foi ocupada pelos norte americanos, que construíram inúmeras bases na ilha. A ocupação durou até 17 de junho de 1972, quando enfim Okinawa retornou ao Japão; e a exemplo do que aconteceu no Canal do Panamá, durante a ocupação, Okinawa era considerada território norte americano e os habitantes da ilha necessitavam de um passaporte para visitar as outras ilhas japonesas, assim como os japoneses precisavam de um documento específico para viajar a Okinawa.

Apesar dessa história triste, os Uchinachus são muito alegres e calorosos. Logo que chegamos fomos recepcionados e levados ao nosso hotel que ficava no centro de Naha e como chegamos no começo da tarde, aproveitamos para caminhar pela principal rua chamada Kokusai Dori, cheia de lojas e restaurantes.

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No dia seguinte (22/09/15) encontramos com a super simpática guia Ai Nagasaki e nossa intérprete Helena Higa e saímos para conhecer o lado Sul da ilha, começando pelo Museu da Paz Himeyuri. Himeyuri é o apelido da escola para meninas de Okinawa.

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Em 23 de março de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, com a invasão de Okinawa pelos norte americanos, as 240 estudantes de Himeyuri com idades entre 13 e 18 anos foram mobilizadas e atuaram como enfermeiras assistentes no hospital militar e muitas acabaram morrendo durante a guerra. Hoje, na entrada da caverna que serviu de hospital militar, está localizado o memorial e no fundo um museu que conta a história das estudantes de Himeyuri. Mais do que contar a história, esse local é um convite a reflexão sobre os horrores da guerra. Muito tocante!

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Saindo de Himeyuri a nossa guia Ai-san cantou uma música típica de Okinawa para levantar nosso ânimo e assim seguimos até a praia de Mibaru, onde fizemos um passeio em um barco com o fundo de vidro pelos recifes próximos a praia. Foi bem legal ver os peixes e corais, mas acho que preferimos o método tradicional e mais molhado de interação com o oceano.

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Voltando a terra firme, fomos para o Okinawa World, um parque temático da cultura Uchinanchu. Lá assistimos uma apresentação de Eisa (dança e música típicas de Okinawa), almoçamos pratos típicos, caminhamos pela caverna Gyukusendo e conhecemos uma réplica de uma vila Ryukyu Mura. Ufa, quanta coisa!

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Já estávamos quase jogando a toalha, mas o dia não tinha terminado, então o jeito foi aguentar mais um pouco e seguir em frente. Para ajudar a manter o ânimo, a nossa guia Ai-san surpreendeu todo mundo com uma apresentação de odori (dança típica) no ônibus, com direito a kimono e tudo mais. Muito legal!

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Do Okinawa World seguimos para o Castelo Shrui, que fica na capital Naha. Esse castelo foi totalmente destruído na Segunda Guerra Mundial, mas felizmente foi reconstruído nos mínimos detalhes. Logo na entrada está localizado uma espécie de oratório construído em 1519 chamado Sonohyan-utaki, que foi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco em 2000 e de lá atravessamos os portões que guardam o maravilhoso castelo de Shuri.

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Para fechar nosso intenso passeio pelo sul da ilha de Okinawa, fomos visitar o Mercado Público de Makishi. Como já dissemos, em nossa opinião os mercados locais são a melhor forma de se conectar a cultura e costumes locais. Visitar um mercado público é sempre um ótimo passeio.

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O nosso último dia em Okinawa (23/09/15) não foi menos intenso. Saímos cedo da capital Naha com destino ao Norte da ilha na companhia da nossa guia Ai-san e da intérprete Helena Higa. A primeira parada foi no Mirante de Manzamo, cuja vista dos penhascos que dão para o Mar da China são de tirar o fôlego.

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De lá seguimos para a sede da Cervejaria Orion e no caminho a nossa guia Ai-san apresentou uma outra dança típica (odori) no ônibus. Estava tão divertido que até esquecemos das lindas paisagens da costa oeste de Okinawa.

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A Cervejaria Orion foi fundada em 1957 em Okinawa e hoje é a cerveja mais consumida na ilha. Como era feriado, a linha de produção estava parada, mas pudemos fazer o tour pela fábrica e, ao final, degustar o principal produto deles em um delicioso almoço. Até a Liene, que não é de cerveja, entrou na onda e aprendeu a servir corretamente uma cerveja.

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Depois de degustar algumas vezes o produto da Orion (unicamente para conferir a qualidade, temperatura, espessura do colarinho etc.) regressamos ao ônibus e como estávamos “alegres” o jeito foi cantar (rs). A nossa guia Ai-san puxou o coro e cantou duas músicas típicas de Okinawa enquanto nos dirigíamos ao Aquário Charumi – muito legal!

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O Aquário Churaumi está localizado na Praia de Motobu, dentro de um complexo que inclui um bonito orquidário, tanque de golfinhos e tartarugas e o novíssimo hotel onde ficamos hospedados. Como estava tudo dentro do parque, nos despedimos da nossa guia Ai-san e da intérprete Helena Higa e fizemos os passeios utilizando o transporte do parque.

Dizem que esse é segundo maior aquário do mundo, mas já estamos meio vacinados contra essa mania de grandeza que parece atingir todo mundo, então não nos prendemos aos detalhes e simplesmente curtimos o passeio. Saindo de lá assistimos uma apresentação de golfinhos e visitamos o orquidário.

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Com esse passeio fechamos nossa passagem por Okinawa. Foram dois dias e meio muito intensos e no dia 24/09/15 partiremos da ilha com um gostinho de quero mais. Para ajudar, o pôr do Sol da nossa última noite em Ryukyu foi simplesmente espetacular, só para tirar qualquer pontinha de dúvida de que vale a pena retornar a Okinawa. E com a foto do pôr do Sol encerramos esse post.

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